Um estudo da Universidade Federal de São Paulo mostrou que 1 a cada 214 brasileiros não reagem bem ao consumo de certos tipos de alimentos, como pão, macarrão e biscoito. Eles têm a chamada doença celíaca – uma intolerância definitiva ao glúten, proteína presente no trigo, centeio e cevada.
Para entender o que ocorre no organismo dessa parcela da população é importante saber como funciona o intestino delgado. As paredes desse órgão possuem vilosidades, como se fossem uma fileira de dedos de luva. Quando o alimento passa por ali esses relevos se encarregam de absorver os nutrientes. Caso o organismo seja intolerante ao glúten, as vilosidades do intestino diminuem de tamanho com a ingestão da proteína e o corpo não conseguirá absorver os nutrientes como antes.
Sintomas
A criança que possui os sintomas clássicos da doença celíaca pode apresentar baixa estatura para a idade, reduzido ganho de peso, além de diarréias, barriga distendida, anemia e vômito. Em geral, o celíaco apresenta os primeiros sinais de intolerância ao glúten assim que começa a ingerir alimentos sólidos com a proteína – o que acontece entre 1 e 3 anos de idade.
Como os sintomas da doença não são exclusivos a ela, é necessário investigar mais a fundo para concluir o diagnóstico.
Diagnóstico
Caso a criança apresente os sintomas é necessário levá-la ao pediatra, que avaliará o estado geral do paciente. É importante que ele levante a hipótese de doença celíaca e inicie uma investigação.
O LIG Diagnósticos Especializados disponibiliza um painel molecular que auxilia o médico no diagnóstico da doença celíaca (intolerância ao glúten). Para saber mais, clique aqui e acesse o nosso site.
Para que o teste seja eficaz na confirmação da doença, é necessário prestar atenção às orientações do médico. “Alguns pais, diante da possibilidade de o filho ser celíaco, cortam o glúten da dieta da criança antes de fazer os exames. Mas isso não deve ser feito: os resultados dos testes serão comprometidos”, explica Jocemara Gurmini, gastroenterologista pediátrica e nutróloga do Hospital Pequeno Príncipe (PR). Um dos fatores que causam a doença é genético. Se os parentes diretos da criança (pai e mãe) são celíacos, é importante informar o pediatra já nas primeiras consultas.
Adaptações
Caso os exames confirmem o diagnóstico, a criança precisará seguir uma dieta livre de glúten. A lei federal 10.674, de 2003, obriga que a indústria alimentícia informe, no rótulo dos produtos, se eles “contêm glúten” ou “não contêm glúten”. Mas, atenção! Pães caseiros, por exemplo, exigem que você se certifique dos ingredientes antes que sejam usados. Há quem acredite que o glúten desaparece quando o alimento é assado. Isso não é verdade. Se há a proteína, não importa o processo de feitura do prato – ele não pode ser consumido pelos celíacos.
Também é importante saber que os talheres podem estar contaminados. Se a família inteira usou a faca para passar manteiga no pão, algumas migalhas ficam grudadas na louça. Por isso, separe peças, como garfos e colheres, para o uso exclusivo da criança que tem a doença.
E se a criança for a uma festa de aniversário sem os pais? Explique que determinados alimentos fazem mal a ela e não podem ser ingeridos. Contar a verdade faz com que ela compreenda a situação e entenda que precisa prestar atenção ao que come.
Fonte: Revista Crescer