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O Câncer, a alteração genética, e os avanços na medicina para combater a doença.

18 de fevereiro de 2013

Exames laboratoriais e o aconselhamento genético podem ajudar na prevenção do câncer familiar

A doença que mata milhões de pessoas no mundo inteiro, todos os anos, continua a preocupar pacientes, familiares e a classe médica, já que algumas formas da doença ainda não têm cura.

O fato interessante é que a prevenção ainda é a melhor forma de se combater vários tipos de câncer. Não fumar, por exemplo, é um excelente modo de não desenvolver o câncer de pulmão. Mas, existem casos em que é preciso um trabalho técnico, especializado, além dos cuidados e a adoção de hábitos saudáveis por parte da população.

Segundo o médico geneticista do LIG Diagnósticos Especializados, Dr. Filippo Vairo, a mesma alteração genética pode causar câncer em idade jovem ou adulta. “Todo câncer é genético, mas nem todo câncer é hereditário. Para haver a formação de um tumor, deve-se haver mutações genéticas nas células do tecido que fazem com que haja uma proliferação desordenada. Porém existem síndromes de predisposição ao câncer familiar, em que a pessoa já nasce com uma mutação, o que aumenta o risco de desenvolver vários tipos de cânceres”, relata Dr. Filippo.

Felizmente a medicina e os exames laboratoriais avançam cada vez mais no sentido de ajudar integrantes de uma mesma família a descobrir se são portadores de alguma síndrome que provoque a predisposição ao câncer. Dr. Filippo ressalta que já existe análise molecular para a maioria dos genes que tem alguma relação com câncer, tanto para diagnóstico como para exame preditivo para famílias em risco.

“A importância de se saber portador de uma mutação que confere um risco aumentado para câncer é que anteciparíamos os exames de rastreio para fazer um diagnóstico mais precoce. O aconselhamento genético é sempre recomendado, antes e após os exames oncogenéticos”, enfatizou o médico.

O que é o Câncer?

O câncer é uma doença multifatorial, resultante da interação de fatores genéticos, ambientais, clínicos e do estilo de vida adotado. Sabe-se que em países industrializados, aproximadamente 1 de cada 3 indivíduos terão algum tipo de câncer, e que cerca de 10% dos casos surgirão em pessoas portadoras de uma mutação genética germinativa, ou seja, pessoas que já nascem com uma predisposição genética para determinado câncer ou cânceres.
A Oncogenética compreende o estudo molecular de alterações genéticas associadas a diversos tipos de câncer, sejam hereditários ou esporádicos. Em qualquer caso, o câncer detectado em estágio inicial tem chances de cura muito maiores, e a qualidade de vida dos pacientes pode ser melhor.

No caso de tumores esporádicos, a alteração genética envolvida pode influenciar o desenvolvimento de subtipos oncológicos e a época de surgimento da doença. O tratamento deve considerar a etiologia do câncer, seu grau de risco, o indivíduo, sua família e hábitos de vida.

Quanto às neoplasias hereditárias, testes oncogenéticos podem identificar pacientes portadores de síndromes que os predispõem ao câncer, ampliando sua rotina preventiva e orientando as mudanças de hábito necessárias. Isso é especialmente importante para pessoas que queiram verificar a possibilidade de recidiva de um câncer, e para investigar risco genético para familiares de pacientes, ou seus descendentes, para o câncer.

Sinais de alerta para a possibilidade de câncer hereditário:

  1. Câncer ocorrendo em idade precoce em relação à população geral;
  2. O mesmo tipo de câncer ocorrendo em parentes de 1º e 2º graus;
  3. Câncer ocorrendo nos dois órgãos pares (por exemplo, câncer de mama bilateral);
  4. Desenvolvimento de mais de um câncer no mesmo indivíduo;
  5. Câncer em duas ou mais gerações.

Para um diagnóstico preciso, deve-se fazer um levantamento minucioso dos dados de história de doenças na família para que o heredograma (mapeamento das doenças nas diversas gerações) seja o mais completo possível. É importante que a pessoa faça um levantamento do histórico da saúde de seus familiares sobre casos de tumores malignos ou benignos. Deve-se fazer uma lista de todos os parentes que tiveram pólipos, fibromas, câncer ou outras doenças e, se possível, ter algum comprovante como, biópsias, relatos cirúrgicos ou médicos também são relevantes.

Alguns detalhes são fundamentais, como idade do diagnóstico de cada familiar, idade do óbito, local de início da doença e tipo histológico (informação dada pelo exame de patologia), entre outros. Solicita-se ao paciente que traga documentos

comprobatórios dessas informações, sempre que possível.

A pesquisa oncogenética possibilita identificar biomarcadores moleculares para determinar tipos específicos de câncer e seu perfil evolutivo. Os objetivos básicos são:

1-    Determinar marcadores moleculares de predisposição ao câncer;
2-    Possibilitar o diagnóstico precoce e a classificação da neoplasia, para fins de  prognóstico;
3-    Fornecer dados quanto à suscetibilidade do indivíduo à terapêutica selecionada;
4-    Auxiliar a instituição precoce de um tratamento específico, com maior chance de sucesso.

Atualmente o LIG Diagnósticos Especializados oferece uma série de painéis de Sequenciamento de Nova Geração, que permitem a análise rápida de vários genes, num custo total consideravelmente mais baixo que o das técnicas tradicionais.
De acordo com a proprietária do laboratório, Dra. Lúcia Helena Biccas, os Painéis têm como objetivo a pesquisa de cânceres hereditários de mama, ovário, cólon e outros cânceres, e pesquisam simultaneamente vários genes implicados em cada tipo de câncer, de modo que o diagnóstico e a escolha de terapia podem ser mais precoces e eficazes.

Eles podem também analisar simultaneamente genes associados a um risco aumentado para diversos tipos de neoplasias. Embora as mutações em cada gene possam ser individualmente raras, juntas acarretam um aumento significativo de susceptibilidade ao câncer, e sua pesquisa torna-se especialmente importante quando a história familiar apresenta diversas síndromes de câncer hereditário”, informou Dra. Lúcia