De acordo com a Sociedade Brasileira de Transplante de Medula Óssea (SBTMO), reservar células-tronco de sangue de cordão umbilical em instituições privadas para uso particular pode representar uma prática inútil. O congelamento desse material tem se tornado frequente no Brasil e reúne adeptos de diferentes categorias da sociedade, em especial, personalidades da mídia, o que acaba – muitas vezes – remetendo à desinformação quanto às possibilidades terapêuticas do sangue de cordão umbilical para fins privados.
Até o momento não existem evidências que justifiquem o investimento de recursos para preservar o cordão umbilical de crianças para o futuro da própria e familiares, já que apenas 4% do inventário de um banco de sangue de cordão umbilical será efetivamente utilizado. Com o tempo, inclusive, o produto pode se deteriorar.
Do ponto de vista científico, ainda não foi definida a importância das células-tronco de cordão na medicina regenerativa, pois as células-tronco adultas parecem ser igualmente eficientes. Assim, não se justificam os congelamentos pelo setor privado.
Nos Estados Unidos, há evidências de que transplantes realizados com cordão de bancos privados tem resultados significativamente piores do que os públicos. Isso porque nos primeiros as condições de coleta, embalagem, congelamento e armazenamento são inferiores e heterogêneas.
No Brasil, em caso de indicativo para transplante de sangue de cordão umbilical, há a opção de recorrer à Rede de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical Públicos que possuem extenso registro de doadores e representam uma chance real e ampliada de encontrar um doador compatível para o transplante.
Ainda não há no País uma lei que coíba ou até mesmo regulamente a prática de serviços privados. Recentemente a Anvisa lançou uma cartilha de esclarecimento que pode ser referência de informações àqueles que tenham interesse pelo assunto.