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Saiba mais sobre o transplante de coração

22 de maio de 2014

Você sabia que no Brasil existem 24 centros especializados em transplante, que realizam uma média de 130 transplantes de coração por ano? (dados da ABTO – Associação Brasileira de Transplante de Órgãos). Atualmente, ao contrário do que acontecia décadas atrás, o principal desafio não é a rejeição ao novo órgão, mas sim o de encontrar um doador compatível e enfrentar a fila de espera pela doação.

Em 2013, o Instituto do Coração de São Paulo (Incor) somou 72 transplantes, sendo o ponto mais relevante dessa marca o transplante cardíaco em adultos – especialidade em que foram feitas 31 cirurgias, quase o dobro do realizado em 2012.

A captação à distância, seja no interior paulista ou em outros Estados, foi um dos pontos significativos para a conquista desse índice. Dos 72 transplantes realizados, 26 órgãos foram captados em localidades distante mais de 100 km da Capital, seja em São Paulo ou em outros Estados (como Paraná, Santa Catarina, Distrito Federal, Minas Gerais e Goiás). Não fosse isso, muitas vidas não seriam salvas.

Tudo começa quando se confirma a morte cerebral de um possível doador. Após a família ser acionada para que autorize a doação, a Secretaria Estadual de Saúde é notificada (procedimento obrigatório por lei) para determinar quais órgãos serão retirados e para quem serão encaminhados. O paciente receptor é então conectado a um sistema de circulação extracorpórea, que simula as funções do coração e do pulmão, para que se mantenha vivo. O tempo máximo entre a extração do órgão do doador e a colocação no corpo do receptor é de quatro horas.

Existem dois tipos de técnicas cirúrgicas: o transplante ortotópico (quando um coração doente é removido e em seu lugar é implantado o órgão saudável de um doador) e o heterotópico (quando o coração do doador é implantado sobre o órgão nativo com a finalidade de ajudá-lo no bombeamento de sangue). Concluída esta operação, o paciente terá dois corações – o seu doente e o do doador saudável. Esta técnica é utilizada em situações em que o órgão danificado não pode ser removido.

Para recorrer a um transplante de coração, os receptores deverão ser inscritos em uma lista de espera e aguardarem a doação de um órgão compatível. A inscrição nessa lista só pode ser feita pela equipe médica que realizará o transplante após extensa avaliação clínica, laboratorial, além de vários outros exames que comprovem que esta é a melhor alternativa para o caso, considerando-se a relação risco-benefício, possibilidade de outros tratamentos e demais doenças associadas.

Esse assunto está sendo abordado na novela “Em Família”. O personagem Cadu, vivido pelo ator Reynaldo Gianecchini, após se sentir mal diversas vezes e ser diagnosticado com cardiomiopatia dilatada, foi avisado por sua cardiologista sobre a necessidade de um transplante. Cadu enfrentou a lista de espera e a longa cirurgia. Agora passa pelo pós-operatório, que neste caso é bastante complicado e cheio de detalhes/restrições.

As complicações mais comuns deste procedimento são a rejeição do órgão transplantado ou a infecção. Infecções podem ocorrer em qualquer procedimento cirúrgico. Mas, em casos de transplantes de órgãos, elas são agravadas pelo uso de medicamentos imunossupressores. Eles são utilizados para atenuar as defesas do organismo contra os órgãos transplantados – a chamada rejeição – e acabam também atenuando as defesas contra outras infecções, que podem ocorrer em qualquer etapa do processo.

No primeiro ano, a sobrevida de um paciente transplantado pode chegar a 90% e, com o passar dos anos, esse índice vai se reduzindo até alcançar cerca de 50% de chance de sobreviver por dez anos ou mais. Durante esse tempo, podem surgir novos tratamentos que melhoram as condições do receptor e prolongam a sobrevida. Eventualmente, após os primeiros anos do transplante, podem ocorrer obstruções nas artérias coronárias. Ainda assim, para quem teve insuficiência cardíaca diagnosticada e decretada uma expectativa de vida bastante reduzida, a cirurgia representa a chance de nascer de novo.

Fontes: Minha Vida e Incor