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Dia Nacional de Combate ao Câncer Infantil

21 de novembro de 2014

O câncer infantil corresponde a um grupo de várias doenças quem têm em comum a proliferação descontrolada de células anormais e que pode ocorrer em qualquer local do organismo. Os tumores mais frequentes na infância e na adolescência são as leucemias (que afeta os glóbulos brancos), os do sistema nervoso central e linfomas (sintema linfático).

Também acometem crianças e adolescentes o neuroblastoma (tumor de células do sistema nervoso periférico, frequentemente de localização abdominal), tumor de Wilms (tipo de tumor renal), retinoblastoma (afeta a retina – fundo do olho), tumor germinativo (das células que darão origem aos ovários ou aos testículos), osteossarcoma (tumor ósseo) e sarcomas (tumores de partes moles).

Nas últimas quatro décadas o progresso no tratamento do câncer, na infância e na adolescência, foi extremamente significativo. Hoje, em torno de 70% das crianças e adolescentes acometidos com câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. A maioria deles terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.

Diferentemente do câncer de adulto, o câncer da criança geralmente afeta as células do sistema sanguíneo e os tecidos de sustentação, enquanto que o do adulto afeta as células do epitélio, que recobre os diferentes órgãos, como o câncer de mama e o câncer de pulmão.

Doenças malignas da infância, por serem predominantemente de natureza embrionária, são constituídas de células indiferenciadas, o que determina, em geral, uma melhor resposta aos métodos terapêuticos atuais.

No adulto, em muitas situações, o surgimento do câncer está associado claramente aos fatores ambientais como, por exemplo, fumo e câncer de pulmão. Nos tumores da infância e da adolescência, até o momento, não existem evidências científicas que permitem observar claramente essa associação. Logo, prevenção é um desafio para o futuro. A ênfase atual deve ser dada ao diagnóstico precoce e orientação terapêutica de qualidade.

É muito importante estar atento a algumas formas de apresentação dos tumores na infância:

- Nas leucemias, pela invasão da medula óssea por células anormais, a criança se torna suscetível a infecções, pode ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas.

- No retinoblastoma, um sinal importante de manifestação é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, através de fotofobia ou estrabismo. Geralmente acomete crianças até os três anos de idade. Hoje a pesquisa desse reflexo pode ser feita desde a fase de recém-nascido.

- Algumas vezes os pais notam um aumento do volume ou da massa no abdômen, podendo tratar-se, nesse caso, de um tumor de Wilms ou neuroblastoma.

- Tumores sólidos podem se manifestar pela formação de massa, podendo ser visíveis ou não e causar dor nos membros, sintoma, por exemplo, frequente no osteossarcoma (tumor no osso em crescimento), mais comum em adolescentes.

- Tumor de sistema nervoso central tem como sintomas: dor de cabeça, vômitos, alterações motoras, alterações de comportamento e paralisia de nervos.

É importante que os pais estejam alertas para o fato de que a criança não inventa sintomas e que ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para uma avaliação. Na maioria das vezes esses sintomas estão relacionados a doenças comuns da infância, mas isso não não deve ser motivo para que a visita ao médico seja descartada.

O tratamento do câncer começa com o diagnóstico correto, em que há necessidade da participação de um laboratório confiável e do estudo de imagens. Pela sua complexidade, o tratamento deve ser efetuado em um centro especializado, e compreende três modalidades principais: quimioterapia, cirurgia e radioterapia, sendo aplicadas de forma racional e individualizada para cada tumor específico – de acordo com a extensão da doença.

O trabalho coordenado de vários especialistas também é fator determinante para o êxito do tratamento (oncologistas pediatras, cirurgiões pediatras, radioterapeutas, patologistas e radiologistas), assim como o de outros membros da equipe médica (enfermeiros, assistentes sociais, psicólogos, nutricionistas e farmacêuticos).

Tão importante quanto o tratamento do câncer em si, é a atenção dada aos aspectos sociais da doença, uma vez que a criança e o adolescente doentes devem receber atenção integral, inseridos no seu contexto familiar. A cura não deve se basear somente na recuperação biológica, mas também no bem estar e na qualidade de vida do paciente. Neste sentido, não deve faltar, desde o início do tratamento, o suporte psicossocial necessário, o que envolve o comprometimento de uma equipe multiprofissional e a relação com diferentes setores da sociedade, envolvidos no apoio às famílias e à saúde de crianças e jovens.

Fonte: INCA