Um estudo publicado no último dia 21 mostrou que as mastectomias duplas podem estar sendo realizadas com uma frequência demasiada. Este tipo de cirurgia não aumenta a sobrevivência para a maior parte das mulheres e é tipicamente recomendada para cerca de 10% das pacientes que apresentam alto risco de desenvolvimento do câncer de mama.
Das mulheres que se submeteram à cirurgia para remover a mama saudável, 69% não apresentavam grandes fatores de risco genéticos, destacou o estudo publicado no Jornal da Associação Médica Americana. Enquanto isso, apenas um quarto das mulheres que correm um risco maior de desenvolver câncer de mama no futuro tiveram a recomendação para a retirada das duas mamas – operação conhecida como mastectomia profilática contralateral.
Para evitar a recorrência da doença, mulheres que apresentam mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 ou que possuem um forte histórico familiar costumam ser aconselhadas a remover as duas mamas. Lembrando que esse assunto já foi abordado aqui no blog, quando falamos sobre o caso da atriz Angelina Jolie, que recorreu à dupla mastectomia após a realização de exames genéticos.
A pesquisa teve como base uma amostra de 1.447 mulheres americanas, com média de 59 anos, que foram diagnosticadas com câncer nos estágios de 1 a 3 em uma das mamas. Cerca de 8% das mulheres tiveram as duas mamas removidas, 35% tiveram apenas a mama afetada removida e 58% fizeram uma cirurgia de conservação da mama, na qual apenas o tumor é retirado.
Os cientistas descobriram que as mulheres com nível educacional mais elevado eram mais propensas a optar pela mastectomia profilática contraleral, e que o principal fator de peso na decisão foi a preocupação de que a doença pudesse acometer a mama sadia.
Fonte: UOL Notícias / Saúde