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Diabetes: Hereditariedade e hábitos alimentares elevam o risco da doença

4 de março de 2013

Como a Medicina Genética pode contribuir para a busca por tratamentos antes que a doença se desenvolva.

É um tanto quanto comum pessoas que acabam de descobrir que adquiriram diabetes levantarem dois questionamentos: Como “peguei”? E, será que meus filhos também poderão ter a doença? O fato é que o diabetes tem características bem específicas o que auxilia tanto no tratamento quanto no diagnóstico.

Uma pesquisa divulgada em maio de 2012 pelo Ministério da Saúde durante o Fórum Pan-Americano de Ação contra as Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT), que acontece em Brasília, apontou que a doença acomete mais mulheres do que homens. E mais, Vitória, Espírito Santo, é a segunda capital do país com maior percentual de diabéticos (7,1%). O primeiro lugar é de Fortaleza, Ceará, com (7,3%). O fato é que a doença está crescendo no Brasil. E a Medicina Genética? Como pode ajudar os pacientes a descobrirem a doença mais cedo? O que pode ser feito?

Segundo o médico geneticista do LIG Diagnósticos Especializados, Filippo Vairo, existem vários tipos de diabetes, mas os mais comuns são o tipo 1 (ou insulino-dependente) e o tipo 2 (ou insulino-independente). As causas para cada um deles são diferentes, mas há fatores genéticos importantes em ambos.

Exemplo prático e concreto disso seriam os irmãos gêmeos idênticos. Irmãos gêmeos idênticos têm genes idênticos. Porém, quando um gêmeo tem diabetes tipo 1, o outro apresenta doença quase na metade das vezes. Quando um gêmeo tem diabetes tipo 2, o risco do outro é em torno de 75%. O que nos lembra que não só o aspecto genético é fundamental, mas também os hábitos de vida e a alimentação, por exemplo, podem levar ao desenvolvimento de diabetes.

 

Sobre o diabetes Tipo 1

Na maioria dos casos de diabetes tipo 1, as pessoas precisam herdar os fatores genéticos dos pais. Como a maioria das pessoas com predisposição ao diabetes não apresentam a doença, pesquisadores querem descobrir qual a influência do meio ambiente para o aparecimento da mesma.

O diabetes tipo 1 desenvolve com mais freqüência no inverno e é mais comum em lugares de clima frio., o que leva aos pesquisadores estudarem alguns vírus que possam desencadear o diabetes. Talvez um vírus, de efeitos moderados na maioria das pessoas, pode ativar o diabetes tipo 1 em outras.

Alguns estudos de associação revelaram que pessoas que foram amamentadas por mais tempo e demoraram mais para ter acesso a alimentos sólidos apresentam menores chances de desenvolver diabetes tipo 1.

Em muitas pessoas, o desenvolvimento do diabetes tipo 1 parece demorar muitos anos. Em experimentos que seguiram parentes de diabéticos tipo 1, pesquisadores descobriram que a maioria daqueles que tiveram diabete em idade mais avançada, tinham certamente auto-anticorpos no sangue por muitos anos antes (auto-anticorpos são anticorpos “que deram errado”, os quais atacam os próprios tecidos do corpo).

 

Sobre o Diabetes Tipo 2

O diabetes tipo 2 tem bases genéticas mais fortes que o diabetes tipo 1, mas ainda assim depende mais de fatores ambientais. Parece confuso? O que acontece é que o histórico familiar de diabetes tipo 2 é um dos fatores de risco mais forte para se adquirir a doença.

Americanos e Europeus comem muita comida com gordura e com pouquíssimo carboidrato e fibra, e praticam poucos exercícios. O diabetes tipo 2 é comum em pessoas com esses hábitos. Nos Estados Unidos, os grupos étnicos com maior risco de adquirir a doença são os afro-americanos, mexicanos e os indígenas. Outro fator de risco para adquirir diabetes tipo 2 é a obesidade, que por si só apresenta fatores genéticos envolvidos.

O diabetes gestacional é mais um quebra-cabeça. Mulheres que adquirem diabetes durante a gravidez têm provavelmente um histórico familiar de diabetes, especialmente pelo lado materno. Mas como em outras formas de diabetes, fatores não genéticos têm certa influência. Mães de idade mais avançada e mulheres acima do peso têm mais propensão a adquirir diabetes gestacional.

 

Diabetes Tipo 1: o risco do seu filho

Em geral, se você é um homem com diabetes tipo 1, o risco de seu filho apresentar diabetes é de 1 em 17. Se você é uma mulher com diabetes tipo 1 e seu filho nasceu antes de você ter 25 anos, o risco dele apresentar diabetes é 1 em 25; se seu filho nasceu depois que você completou 25, o risco dele é de 1 em 100.

O risco de seu filho é dobrado se você desenvolveu diabetes antes dos 11 anos. Se você e seu marido têm diabetes tipo 1, o risco fica entre 1 em 10 e 1 em 4.

Existe um teste que pode ser feito para crianças que têm irmãos com diabetes tipo 1. Este teste mede anticorpos para células no pâncreas responsáveis pela produção de insulina, ou para uma enzima chamada Ácido glutâmico descarboxilase. Altos níveis podem indicar que uma criança apresenta risco elevado de desenvolver diabetes tipo 1.

 

Diabetes Tipo 2: o risco de seu filho

Diabetes tipo 2, geralmente, ocorre em vários membros da família. Em parte, essa tendência se deve porque as crianças aprendem maus hábitos de seus pais, por exemplo, comer muita gordura, e não se exercitar.

Em geral, se você tem diabetes tipo 2, o risco de seu filho adquirir diabetes é 1 em 7, se você foi diagnosticado antes dos 50 anos, e 1 em 13 se você foi diagnosticado depois dos 50 anos.

Alguns cientistas acreditam que o risco de uma criança adquirir diabetes é maior quando é a mãe que tem diabetes tipo 2. Se ambos, você e seu companheiro têm diabetes tipo 2, o risco de seu filho é cerca de 1 em 2.

 

O que é “Em Risco?”

Estimativas de risco são as melhores suposições dos cientistas. Eles podem estar errados. As estimativas de risco lidam com probabilidades, não lidam com certezas.

Isso significa, que você pode apresentar a doença apesar de ter um risco baixo ou você pode não apresentar a doença apesar de ter um alto risco. Por exemplo, fumantes têm um alto risco de câncer no pulmão, mas alguns fumantes nunca têm câncer.

Esses fatores significam que seus filhos podem ter diabetes ainda que o risco de eles apresentar a doença seja baixo. A média entre americanos com chance de ter diabetes tipo 1 é de 1 em 100 e 1 em 9 de ter diabetes tipo 2. Mesmo que o risco de seu filho apresentar diabetes não seja maior que de outra criança, ele ou ela poderá assim mesmo ter a doença.

Fonte: American Diabetes Association (ADA)

 

 

Curiosidades:

Em 14 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Diabetes. A data foi definida pela Federação Internacional de Diabetes (IDF), entidade vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), e introduzida no calendário em 1991, como resposta ao alarmante crescimento do diabetes em todo o mundo.

Em 2007, a Assembléia-Geral da ONU aprovou a Resolução nº 61/225, considerando o diabetes um problema de saúde pública e conclamando os países a divulgarem esse dia como forma de alerta e os governos a definirem políticas e suporte adequados para os portadores da doença.

Por coincidência, também em 2007, entrou em vigor, no Brasil, a Lei nº 11.347/2006 de autoria do ex-senador José Eduardo Dutra, que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos, e materiais necessários à sua aplicação, para o tratamento de portadores de diabetes, reforçando, assim, a garantia constitucional do Sistema Único de Saúde (SUS) de atendimento universal e equânime.

(Fonte: Site Portal da Saúde / Governo Federal)