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Utensílios de Plástico e Saúde

15 de abril de 2013

A criação do plástico facilitou muito nossa vida moderna e corrida. Usamos utensílios desse material em quase tudo: brinquedos, garrafas, mamadeira, chupetas, vasilhames das cozinhas, etc. Os plásticos contêm vários compostos químicos, dois deles de toxicidade conhecida: os fitalatos e o BPA.

Em 2008, uma dessas substâncias, o Bisfenol-A (BPA), foi relacionada a problemas hormonais, diabetes e câncer. Outro tipo de composto, os fitalatos, que são adicionados ao plástico para dar suavidade, como em brinquedos plásticos macios, baratos, semelhantes a gel, geralmente vindos dos países asiáticos, teve sua toxicidade reconhecida nos EUA e Europa.

O BPA, criado em 1930, é usado para produzir plásticos rígidos e resinas de epóxi, sendo encontrado em inúmeros produtos de uso diário: mamadeiras de policarbonato, grandes conservadoras térmicas de plástico e garrafas de água de uso esportivo, tampinhas de garrafa plástica, pratos para microondas, revestimento interno das embalagens de alimentos enlatados, resinas para restauração dentária e caixas d’água plásticas. Sua estrutura é semelhante ao estrogênio, podendo ativar os mesmos receptores do hormônio natural e desencadear ação metabólica semelhante.

A ANVISA considera um limite seguro 0.6mg/Kg de comida, mas essa medida é difícil de medir, e o composto permanece no corpo por muito tempo, podendo ter efeito cumulativo.

O maior problema com o BPA é que ele não fica no plástico, mas vaza para a comida e/ou bebida contida no recipiente, mesmo se frias. O mais grave, é que, ao aquecer no micro-ondas ou colocar comida ou bebida quente dentro dele, segundo um estudo da University of Cincinnati, publicado em fevereiro de 2008, o BPA é liberado 55 vezes mais rápido!

Apesar de poucos, os estudos com seres humanos mostram que o BPA pode impactar o funcionamento do sistema reprodutivo. Cientistas japoneses encontraram que mulheres com ovários policísticos possuem maiores níveis de BPA em seu sangue quando comparadas às mulheres com função ovariana normal (Takeuchi et al. 2006). Outro estudo mostrou uma relação direta entre BPA e mioma uterino (Hiroi, Tsutsumi et al. 2004), enquanto outro encontrou forte associação entre aborto espontâneo e exposição ao BPA (Sugiura-Ogasawara et al. 2005). Nem os homens escapam: há relação direta entre trabalhadores da indústria de epóxi e a diminuição na concentração de espermatozóides (Hanaoka et al. 2002).

Para diminuir nossa exposição ao BPA e às outras toxinas presentes no plástico, podemos substituí-lo por vidro sempre que possível, e tomar outras medidas:

• Use pratos e mamadeiras de vidro ou cerâmica para seu bebê. Se usar de plástico, troque-os frequentemente. Atenção aos brinquedos que você apresenta ao seu filho, principalmente se ele ainda leva as coisas à boca.

• Não guarde alimentos ou bebidas em potes plásticos, principalmente se estiverem quentes. Isso é particularmente importante se os alimentos forem gordurosos ou ácidos (molho de tomate, biscoitos, queijos, manteiga, chocolate, tortas etc), pois esses agentes tóxicos passam facilmente do plástico para a gordura. Prefira armazenar em potes de vidro.

• Nunca aqueça alimentos em recipientes plásticos.

• Evite bebidas ou alimentos enlatados; prefira o que está em vidro.

• Evite usar utensílios de cozinha de plástico; se usar plásticos, troque-os periodicamente, nunca os lave em lava-louças e não esfregue com detergentes e esponjas abrasivas, coisas que aumentam o vazamento para sua comida.

• Se você optar por usar recipientes de plástico, assegure-se de fugir daqueles marcados com o número de reciclagem 7 (aquele que aparece no fundo dentro de um triângulo), pois significa que pode conter BPA. Os marcados com os números 1, 2, 4 ou 5 não contêm BPA, mas não estão livres de outros produtos químicos. Se tiver diante de um recipiente bonito, colorido e transparente provavelmente contém BPA.

• Antes de fazer uma restauração com resina, peça ao dentista para verificar se não contém BPA.

Fonte: Exposure to Bisphenol A (BPA) from dental sealants is detectable in saliva and urine, and varies significantly between sealant formulations.
Autores: Martin MD Revista: J Evid Based Dent Pract (The journal of evidence-based dental practice). Idioma: Inglês Volume: 7 Edição: 2 Páginas: 79-80 Data: 2007 Jun